segunda-feira, 10 de março de 2008

"Com este livro, pretendo dar a conhecer a história da graça de Deus na minha vida, pois acredito que o meu testemunho - cura definitiva de um grave problema de ansiedade - poderá servir para inspirar outras pessoas - sejam crentes ou simplesmente pessoas de boa vontade - a procurar e a encontrar aquela felicidade que não está ao alcance da nossa simples vontade e esforço humano."

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“Cada vez mais ouvimos falar de casos de pessoas com doenças do foro psicológico. É uma das epidemias do presente século e as soluções para estes problemas são quase sempre dadas por psicólogos ou psiquiatras. Existem até já nomes de medicamentos famosos, como Prozac, Seroxat, Xanax, etc. Mas poder-se-á curar definitivamente estados de ansiedade graves, que podem levar à loucura e até mesmo ao suícidio, simplesmente através deste tipo de medicamentos e do internamento em hospitais psiquiátricos?
Uma das principais causas para esse tipo de problemas, é a enorme competitividade que existe na nossa sociedade, onde o lucro rápido se está a tornar numa autêntica febre. Por um lado, existem os casos de pessoas que, mesmo sem necessidade, vivem 24 horas com o pensamento no trabalho, e por outro, existem os casos de pessoas que realmente têm essa necessidade, pois senão seria difícil a subsistência da própria família. No primeiro caso, chegamos à conclusão de que se perde a saúde para fazer dinheiro e depois há que usar esse dinheiro para recuperar a saúde. No segundo caso, o “perder a saúde” quase que se torna um mal necessário. Mas claro, não se pode falar em termos gerais, pois “cada caso é um caso”.
Agora a solução para resolver esses problemas, passa quase sempre, como já foi referido, por uma ida ao psicólogo. É claro que o papel dos psicólogos é importante e necessário, especialmente para o caso das pessoas não crentes. Mas o que dizer daquelas pessoas que vivem junto de Deus, e que quando passam por esse tipo de situações, nem se lembram Dele? Nem se lembram das palavras do Seu Filho: “Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, haveis de recebê-lo” ( Mt 21, 22). Mas aqui também teremos de referir outra situação. Convém pedir e pedir com fé, mas também é importante aceitar com humildade se esse pedido não for atendido, já que muitas vezes só O procuramos quando estamos em apuros, e depois se as coisas não correm como esperamos, lá se vai a nossa fé. Recordemos outras palavras de Jesus: “Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a Tua” (Lc 22, 42). Vemos assim que é importante estar preparado para aceitar a vontade de Deus, pois também é bom ter presente que “ o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes” (Mt 6, 8).”

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“Acredito que Deus queira dar a conhecer a todos aqueles que tomarão conhecimento do meu testemunho os frutos da oração e de uma vivência cristã constante. Se alguém me perguntar qual é a maior graça que recebi de Deus, eu responderei: em primeiro lugar, o dom da vida, mas em segundo lugar tudo aquilo que Ele permitiu que eu sofresse e que me fez procurá-Lo “com todo o meu coração, com toda a minha alma, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento”.
Agora percebo realmente as palavras que Deus disse a São Paulo: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza”. Assim, também eu posso repetir: “De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo...pois quando sou fraco, então é que sou forte”.

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“O primeiro contacto que tive com a Igreja, foi quando era ainda muito novo, pois frequentei a catequese até à Primeira Comunhão e tinha a disciplina Educação Moral e Religiosa Católica na escola. Já em pequenino sentia gosto pelo tema “Deus” e gostava muito de ler os livrinhos de banda desenhada com histórias bíblicas que as Testemunhas de Jeová davam à minha mãe. Também já desde criança a ideia de viver eternamente me começou a fascinar. Era por acreditar nessa possibilidade, que me era transmitida especialmente por aqueles livrinhos de histórias bíblicas, que por vezes evitava fazer certas coisas e procurava fazer outras mais correctas.
Sentia também gosto por Astronomia. Sempre tive alguns livros sobre o Universo e a sua possível origem. Era algo que me fascinava: perceber a harmonia com que todos os planetas giravam em volta do sol; olhar para as estrelas que à noite parecem luzinhas de árvores de Natal, sempre cintilantes; apreciar as diferentes fases da Lua, que muda de visual para nós não nos cansarmos de admirá-la; contemplar todas as coisas belas do nosso planeta. Era esta grande obra, o Universo, que me levava a acreditar num Deus, em conjunto com tudo aquilo que tinha aprendido, tanto na catequese, como nas aulas de Religião e Moral.
Em relação à escola, a coisa funcionava de maneira diferente, pois nunca gostei muito de estudar. Sempre me esforcei por passar de ano, o que consegui, mas muitas vezes tinha positiva nos testes por utilizar “auxiliares de memória” (cábulas).

Quando cheguei ao 8º ano de escolaridade, deixei de ter Religião e Moral, e foi quando também deixei de aprofundar a minha fé. Lembro-me que até aos meus 18 anos pouco contacto tive com a Bíblia, mas de vez em quando lá rezava um Pai-Nosso e uma Avé-Maria antes de me deitar.
Terminei o 12º ano com 18 anos e a partir dessa altura comecei a trabalhar. Tirei carta de condução e comprei o meu primeiro carro. Como trabalhava no centro de Albufeira, a vida da noite começou a fascinar-me. E com carro próprio, nem se fala. Tornei-me facilmente num adepto fervoroso da vida nocturna. Ainda fiz parte de um grupo de música techno[1] e tocámos em algumas discotecas.

Ao longo de vários anos, durante os meses de verão, o meio dia-a-dia não variava muito: praia – trabalho – bares e discotecas. Eram semanas a fio nesta rotina. Nessa época do ano, em Albufeira, é esse o espírito que se vive. E eu não era excepção.

No ano em que fiz 23 anos comecei a viajar para o estrangeiro. Estive em Inglaterra, Escócia, França e quando trabalhei nos cruzeiros passei pela América do Norte, Caraíbas e Bermudas. Quando viajava, fazia sempre algumas orações, pois apesar de não frequentar a Igreja, vivia com alguma fé. Quando conversava com os meus amigos e o tema “Deus” surgia, sempre me afirmei como crente.
Em todas essas viagens, costumava levar comigo uma Bíblia. Apesar do meu gosto pelos prazeres mundanos, mantinha-me fiel à leitura bíblica, pois sempre me fascinou a mensagem lá transmitida. Não é que entendesse lá muita coisa, mas sempre ficava algo na minha consciência, principalmente quando se fala do amor que devemos ter uns pelos outros. Para entender isso, não é preciso ser um teólogo...
Na estrada era uma espécie de Ayrton Senna[2]. O problema era que metia muita vezes em perigo a minha vida e a dos outros. Andava quase sempre com os carros ilegais, por causa do chamado “tunning”[3], mas tive alguma sorte, pois fui poucas vezes multado. Ainda tive um grave acidente, onde quase matei uma rapariga. Apesar de não ter sido considerado culpado, por ela vir em sentido contrário de bicicleta a pedal, no meu subconsciente sentia-me como tal, pois tinha ingerido bebidas alcoólicas e vinha um pouco acelerado. Também no teste do balão tive sorte, pois só acusou 0,45 g/l (se fosse 0,50 g/l tinha sido considerado culpado). Recordo-me que implorei a uma amiga minha catequista que fizesse umas orações pela rapariga em causa. Graças a Deus tudo terminou em bem.”

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"Avançando um pouco no tempo, no ano de 2003, tinha eu 27 anos, comecei a sentir algo estranho. Por vezes, quando estava quase a adormecer, viajava pelo universo em pensamento, e essa viagem terminava quase sempre quando imaginava o fim do mundo e consequente morte de todos os seres humanos, inclusive a minha. Ficava muito assustado e com vontade de gritar. Levantava-me da cama e ia até à rua, onde, olhando para o céu e fazendo o sinal da cruz, serenizava, pois a fé que tinha era suficiente para me acalmar e a ideia da eternidade estava sempre presente. Deitava-me de novo e lá adormecia em paz.
Também no trabalho, comecei a andar algo nervoso. Quando trabalhava um pouco mais, sentia-me muito cansado e precisava de parar por uns momentos para acalmar. Era tudo muito estranho.
Foi precisamente nessa altura, já em Janeiro de 2004, que se deu um facto decisivo. Féher, jogador do Benfica, morre em pleno jogo com uma paragem cardíaca. Eu estava a assistir em directo pela televisão. Senti-me mal, como tantas outras pessoas, ao ver um jovem desportista falecer daquela maneira abrupta e quase sem sentido. Então, comecei a pensar um pouco mais num problema que tenho no coração[4]. Comecei a imaginar que pudesse acontecer algo parecido comigo, quando estivesse a fazer um esforço maior. É claro que já tinha feito exames quando era mais novo, e o médico disse-me que podia fazer uma vida normal, mas como já não andava lá muito bem mentalmente, fruto daquele cansaço estranho no trabalho e daquelas “viagens pelo universo”, comecei a ter leves crises de ansiedade em certas situações, as quais me provocavam uma ligeira taquicardia, tais como: no trabalho com clientes não satisfeitos e que reclamavam; na estrada, quando fazia algumas asneiras (como passar sinais vermelhos, ultrapassagens arriscadas, etc). Até então, reagia muito friamente nessas situações, mas agora começava a sentir-me algo incomodado; também quando via jogos de futebol, tanto ao vivo, como na televisão, percebia que o meu estado já não era normal, pois ficava demasiado ansioso.
Apesar destas situações, continuei a trabalhar, mas cada vez mais com vontade de me despedir, pois a situação estava a começar a ficar insuportável e eu precisava mesmo de descansar. Foi então que falei com o meu patrão e em meados de Abril de 2004 deixei de trabalhar.
Após me ter despedido, fiquei uma semana em casa, pois pensei que seria melhor para me acalmar. Foi então que se deu outro facto decisivo. Um dia, estando eu a ver televisão, dá um grande trovão. Assustei-me, e de repente, o meu coração disparou. Não me conseguia controlar, pois os trovões continuavam cada vez mais fortes (recordo que desde pequeno tinha fobia às trovoadas). A minha mãe estava em casa e como viu o meu estado, chamou o meu primo e lá fomos às urgências. Lembrei-me logo do caso Féher e pensei que me estivesse a dar um ataque cardíaco, mas chegado ao hospital, o médico deu-me um calmante e passado meia hora já estava bom. Foi a primeira vez que tomei um calmante, mas não a última...
O médico também me aconselhou a repousar e a evitar situações de stress. Então fiquei em casa mais alguns dias a ver se ficava melhor. No entanto, os problemas foram aumentando. Chegou a um ponto da minha vida em que, quando ia ter com os meus amigos, começava com taquicardia. Só mesmo pensar em ir vê-los já me afectava. É algo muito estranho, mas estava a acontecer comigo. Nessa altura também criei outra fobia: subir escadas. Isto porque é uma actividade que aumenta o ritmo cardíaco facilmente, e no estado em que estava, já tudo me afectava. Às vezes bastava subir 4 ou 5 degraus para bloquear completamente e ficar em pânico. A minha mente começou a estar totalmente condicionada ao problema que tenho no coração. Foi então que me tornei “adepto” dos calmantes, os quais me foram receitados pelo meu médico de família. Em todas as situações acima referidas, só me conseguia acalmar à custa desses comprimidos.
Foram momentos em silêncio muito difíceis de superar, pois não conseguia falar com ninguém sobre esse problema com medo das possíveis reacções. Como não conhecia ninguém que tivesse passado por isto, não sabia como haveria de me explicar. Fiz também vários exames ao coração, mas estes continuaram a revelar só aquele problema que já tinha, o qual não me impedia de fazer uma vida normal, como já referi."

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“Foi então quando se deu outro facto decisivo, pois aquela vontade de viajar concretizou-se. Em Novembro decidi ir para Roma. Porquê Itália? Primeiro devido à língua que gosto muito, e depois Roma, por ser a capital e também pela sua história a nível cultural e religioso. Vendi o meu carro - na altura tinha um Audi A3 - e lá fui à aventura.

Quando cheguei a Roma, comecei logo a ir à missa e a primeira vez foi no Vaticano e celebrada em italiano. Não percebia lá muita coisa, mas sentia uma forte necessidade em participar na celebração. Recordo-me que nos primeiros tempos procurava ir sempre duas vezes por dia. Era uma forma de compensar todos aqueles anos afastado da Igreja. Mas também porque sentia essa necessidade.”

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“Continuava a ter crises de ansiedade, resultantes das fobias que tinha e que aumentavam cada vez mais. Já não podia ouvir falar de acidentes, nem da morte, nem escutar ruídos repentinos, especialmente das trovoadas e das derrapagens dos carros; subir escadas continuava-me a afectar também bastante. Mas mal começava a ter taquicardia, tomava logo um ou dois comprimidos e lá se resolvia o problema. Por vezes também sentia a respiração descontrolada, o que me provocava pontadas nas costas e no peito…”

“Por vezes sentia-me tentado a acabar com todo o sofrimento. Se não o fiz, foi por graça divina, mas também porque nessa altura já tinha começado a viver mais próximo de Deus. A tentação do suícidio só é levada à prática quando vivemos totalmente sem esperança no futuro. Mas eu tinha esperança, pois essa era uma das coisas que me lembrava da Bíblia. Recordava-me também das tentações de Cristo, e neste caso particular, esta: “Então, o diabo conduziu-o à cidade santa e, colocando-o sobre o pináculo do templo, disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.» Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus![5]». Aprendi que não devemos pôr Deus à prova e pedia-Lhe a mesma força que tinha tido Jesus para suportar tanto sofrimento. Percebi que também eu estava a passar pelo deserto... "

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“ Primeiramente, a sugestão de procurar uma clínica fez muito sentido, pois essa vontade já não era de agora, como referi anteriormente, mas cheguei à rua e lembrei-me que deveria ter de gastar muito dinheiro e comecei a reflectir. Meditei durante um pouco, e ao passar ao lado da Basílica de São João de Latrão (onde se tinha iniciado a crise na noite anterior), olhei para o céu e veio-me este pensamento: “Tenho este problema de ansiedade que não consigo controlar. A Bíblia ensina-nos que “a Deus nada é impossível”[6] e que quem confia Nele encontra serenidade e paz. Em vez de ir para uma clínica fazer uma cura, vou-me entregar de corpo e alma nas Suas mãos, com inteira confiança na Sua Omnipotência e Misericórdia". Recordei-me ainda da passagem da mulher que toca o manto de Jesus e se cura. Estas palavras do Mestre foram também fundamentais na minha decisão: “...Filha, tem confiança, a tua fé te salvou...”[7].
Pode dizer-se que a partir desse dia (1 de Janeiro de 2005) começou a minha “cura divina”.

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“Muitas vezes perguntamos qual a razão para sofrermos tanto. O exemplo de São Paulo ensina-nos muito sobre este mistério. Se aceitarmos o sofrimento com fé, o “jugo torna-se suave e o fardo leve”[8], mas se rejeitamos o sofrimento, isto é, não o aceitando, rejeitamos também a nossa própria natureza. Será que há alguém que não sofra? Também acredito que não haja ninguém que goste de sofrer, mas se aceitarmos o sofrimento com fé, damos provas de que confiamos em Deus e na sua palavra, pois também São Paulo nos ensina: “Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de sair dela e a força para a suportar”[9]. Afinal de contas, foi o sofrimento de Jesus que nos abriu as portas da eternidade, por isso, também nós somos chamados a viver o sofrimento como algo que purifica e que nos faz estar em comunhão com o Mestre, pois “o servo não é mais do que o seu senhor”[10].
Depois de dois anos, algo extraordinário tinha acontecido. Eu tinha passado das portas do inferno às portas do Céu. Sempre que medito em tudo o que vivi, percebo o quanto me foi dado a conhecer por este Deus que é Pai, Amigo e Verdadeiro Companheiro. Percebi também que Ele não abandona as obras das suas mãos, desde que Ele também não seja abandonado.
Agora estou totalmente liberto de todos aqueles problemas de ansiedade. Tudo voltou à normalidade. Eu disse normalidade? Nada disso. Tudo se transformou por completo! Eu agora sou uma pessoa nova, com um coração novo, mas acima de tudo, com uma vida nova. Uma vida no Espírito, pois nasci de novo: “nasci do Alto”[11]. Agora percebo o porquê de Deus permitir o sofrimento a todos aqueles que O querem servir: porque para chegar à Luz, é necessário passar pela Cruz.”

“Afinal é mesmo verdade: “ A oração é o Espírito Santo e o Espírito Santo é a oração "[12]; e para a receber é preciso: “Ter uma consciência pobre, aberta ao Amor"[13]. É fundamental seguir o exemplo de Maria, que “ guardava (e meditava) todas as coisas no seu coração”[14]. E um dia poderemos dizer: “ A minha alma glorifica o Senhor...porque pôs os olhos na humildade da sua serva...o Todo-Poderoso fez em mim maravilhas”[15].

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“Em relação ao saber tirar partido daquilo de bom que tem a Igreja, eu costumo fazer uma comparação com o futebol. Ora bem, no futebol existe violência, existe corrupção, ambição desmedida, mentira, mas não é por isso que deixo de ir ver um jogo a um estádio. A modalidade em si é saudável, é bonita, é artística. Poder ver o Cristiano Ronaldo[16] a driblar os adversários, poder ver o Liedson[17] a marcar um golo (no meu caso, claro), poder festejar o título no final do ano. É isso que devemos fazer quando olhamos para a Igreja. Olhar para a beleza da sua mensagem e para a santidade de tantos dos seus membros que já partiram, e até mesmos de muitos que ainda vivem no meio de nós.
Recordo o exemplo de Madre Teresa de Calcutá, a qual dedicou toda a sua vida à Igreja através do serviço aos mais pobres dos pobres. E quantos missionários e missionárias envia a Igreja para junto das populações mais miseráveis do mundo? Outro carisma é os religiosos e religiosas de clausura. Estes dedicam todo a sua vida à oração por todos nós e pelas necessidades do mundo, mas não deixam de ser missionários. Exemplo disso é Santa Teresinha do Menino Jesus (carmelita), que é reconhecida pela Igreja como Padroeira das Missões.

Estar ao serviço da Igreja é estar ao serviço de Jesus Cristo que diz “Ide pelo mundo inteiro, proclamai a Boa Nova a toda a criatura”[18]. E proclamar a Boa Nova é viver por amor. É imitar o Mestre, pois Ele também nos disse “ Se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também” [19]. Este lavar os pés simboliza o inclinar-se de Deus sobre as necessidades do Homem, o qual também é chamado a inclinar-se sobre as necessidades dos mais desfavorecidos e dos que sofrem, à imagem do Bom Samaritano[20]. Seguir o exemplo do Mestre, é ter a coragem de «Ir e fazer também o mesmo”[21]. É ter a coragem de dar de comer a quem tem fome, dar água a quem tem sede, acolher quem é peregrino, vestir quem está nu, visitar quem está doente, ir ao encontro de quem está preso, pois “sempre que fizestes isto a um dos Seus irmãos mais pequeninos, a Ele mesmo o fizestes”[22]. E no final Ele dirá: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo” [23].

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"Deus ama-nos com infinita misericórdia e está sempre de braços abertos para nos acolher no seu seio. Jesus, Seu Filho e Salvador de todos nós, ensina-nos a procurá-Lo de coração simples, sem pretensão alguma nessa busca, a não ser o desejo de ser tocados pela Sua mão que chama, que cura, que salva.
Deixemo-nos tocar por Deus, através do Seu Filho que é “manso e humilde de coração”[24], e também porque “ninguém pode ir até ao Pai senão por Ele”[25]. Sigamos o caminho recto da Verdade e do Amor que nos leva a alcançar a Vida em toda a sua plenitude.

Por último, deixo-vos este apelo do nosso queridíssimo Papa João Paulo II:

“Não tenhais medo! Abri, sim, escancarai as portas a Cristo!”


[1] Música com base na mistura de sons electrónicos, também chamada na gíria por “martelinhos”
[2] Piloto de Fórmula 1 já falecido
[3] Alteração do carro com peças que não são de origem, seja por motivos de estética, como por motivos de aumento de potência.
[4] Ligeiro prolapso na válvula mitral
[5] Mt 4, 5-7
[6] Lc 1, 37
[7] Mt 9, 20-22
[8] Mt 11, 30
[9] 1 Cor 10, 13
[10] Jo 15, 20
[11] Jo 3, 3
[12] Uma Cabana no Bosque
[13] Uma Cabana no Bosque
[14] Lc 2, 51
[15] Lc 1, 46-49
[16] Jogador português do Manchester United, clube de Inglaterra
[17] Jogador brasileiro do Sporting
[18] Mc 16, 15
[19] Jo 13, 14-15
[20] Lc 10, 29-37
[21] Lc 20, 37
[22] Mt 25, 35-40
[23] Mt 25, 34
[24] Mt 11, 29
[25] Jo 14, 6

6 comentários:

Paulo Costa disse...

Agradeço do fundo do meu coração o teu testemunho. Confesso que me indentifiquei com muitas das tuas confissões. O meu percurso de vida, a minha busca de Deus, tem muitos pontos em comum com o teu testemunho. Um dia, se me permitires, gostaria de postar no meu blog esta passagem:
"Se alguém me perguntar qual é a maior graça que recebi de Deus, eu responderei: em primeiro lugar, o dom da vida, mas em segundo lugar tudo aquilo que Ele permitiu que eu sofresse e que me fez procurá-Lo “com todo o meu coração, com toda a minha alma, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento”.
Agora percebo realmente as palavras que Deus disse a São Paulo: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza”. Assim, também eu posso repetir: “De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo...pois quando sou fraco, então é que sou forte”.
Se alguém me fizesse a mesma pergunta, não acharia melhor resposta!
Durante anos vivi mergulhado numa profunda e tenebrosa depressão. Estive à beira do abismo; mas, com a graça de Deus, sinto-me mais vivo que nunca!Vivo pelo Amor de Deus e Sua infinita misericórdia!
Obrigado uma vez mais pelo testemunho, amigo Nelson.
Abraço fraterno em Cristo.

Maria João disse...

Força, amigo!!!!

beijos em Cristo e Maria

Viviana disse...

Olá, Nelson!

Cheguei aqui través do nosso querido amigo comum, Paulo.

Tive o previlégio de ler calma e tranquilamente, todo o seu testemunho que aqui, tem a bondade de partilhar conosco.

Quero agradecer-lhe a coragem com que nos conta os vários pormenores da sua caminhada terrena.

Sabe,infelizmente não há muito quem o faça.

Mas o Nelson sabe que este seu testemunho é de uma importância extrema, para que alem de edificar e encorajar outros, possa "ensinar o caminho" a quantos andam por aí numa busca incessante e dolorosa de encontrar motivação para viver, e viver esta vida abundante que o nosso amado Mestre e Senhor Jesus Cristo, tem para gratuitamente oferecer a quem expontâneamente lhe abrir a porta fechada do seu coração.

Sabe Nelson, eu tive a benção de conhecer e experimentar este Amor Sublime, na minha infância.

E ao longo de todos estes anos, tenho sido tão abençoada por Deus, mas tão abençoada, que não tenho palavras para definir a medida do Amor com que o meu Senhor me tem agraciado.

Tenho assistido e tomado conhecimento de factos espantosos na vida de tantos e tantos com que tenho lidado.Ainda últimamente, Deus agiu e tocou de uma forma indelével em vidas ... em que tudo, tudo mudou!

Agora, tenho a benção e o previlégio de chegar até si...e deliciar-me com a forma espantosa e maravilhosa, como o Santo Espírito o tocou e o trouxe para a "casa do Pai".

A Ele,toda a Glória!
A Ele, toda a Honra!
A Ele, toda a adoração!
A Ele, todo o louvor!

Aqui,e em todo o lugar, hoje e para todo o sempre!

Olhe Nelson, vou incluí-lo nas minhas orações para que o bom Pai sempre o oriente e dirija e faça da sua pessoa aquilo que Ele quer que seja.

Um abraço fraterno no Amor do nosso querido Mestre e Senhor Jesus Cristo
Viviana

Viviana disse...

Olá querido Nelson,

Meu bom irmão e amigo

Como estou feliz por finalmente ter conseguido "fazer sair" o seu livro!

Glória ao bom Deus por isso!

Agora... Nelson, que o Senhor use esse livro para sua Glória e Honra!

Que muitos e muitos... possam ser abençoados por Deus, através dele.

Um grande abraço no amor de Cristo,
nossoa ESPERANÇA!

vIVIANA

Paulo disse...

"História da Graça de Deus na minha vida" é o Livro do Nelson Viana que, mesmo hoje, acabei de ler.
Mesmo não sendo crente, reconheço a importância do livro para aqueles que no labirinto das suas "ansiedades" procuram "os misteriosos caminhos de Deus".
«com o tempo, fui percebendo que para atingirmos a verdadeira felicidade, é fundamental estar em plena comunhão com a vontade de Deus» (Nelson Viana, in História da Graça de Deus da minha vida página 45)
Espero que o Nelson, nunca sinta a necessidade de comprado um frasquinho de gotas calmantes desde que se partiu aquele que lhe caiu do bolso.
Abraço
Paulo

Nelson Viana disse...

Obrigado meus amigos pelas vossas opiniões.
São pessoas como vocês que me dão a força necessária para continuar a divulgar o meu testemunho (para além daquela que vem do próprio Deus).

Grande abraço

Nelson